Como a construção civil pode enfrentar a crise?

Estamos em um cenário de crise econômica e sanitária, que afetou o mundo todo. Segundo a Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o mundo deverá sofrer perdas de até 2 trilhões de dólares por causa desse inimigo invisível.

É claro que o setor da construção civil não poderia ficar de fora, né? A dúvida é o que esperar nos próximos meses e como se preparar para os efeitos da covid-19. Após 5 anos de dificuldade, entre 2013 e 2018, muitas empresas estavam otimistas com a retomada dos negócios. Porém, esse cenário mudou e diversos negócios de Construção Civil adiaram seus lançamentos, suspendendo inclusive o andamento de algumas obras. São Paulo, cidade com aprovação da Lei de Licitações, demonstra os impactos na prática: houve desaceleração na aprovação dos projetos por causa do novo coronavírus.

 

O momento não é favorável às construtoras e suas ações. Houve perda de postos de trabalho, com redução nos plantões de venda e queda de visitações. Os investimentos em atendimento on-line cresceram em empresas como a Trisul, pois cada vez mais os consumidores procuram imóveis pela internet. Para a MRV, maior incorporadora do Brasil, as obras e os lançamentos seguem os cronogramas, mas as vendas estão sendo realizadas através de agendamentos individuais. Em casos de desaceleração acentuada da economia, há grande probabilidade de ocorrer o “adiamento real” da compra. 

 

E como sobreviver à esse período? O mercado de FIIs, fundo de investimento imobiliário, é o que mais cresce no país. O IFIX (principal benchmark de FIIs) caiu apenas 1,5%, em comparação à queda de 7% do Ibovespa. Por isso, acredita-se que as perdas podem ser revertidas em até 1 ano. O caminho para isso gera divergências: alguns apostam na propensão da classe média em voltar a investir nos imóveis; outros acreditam que a incorporadora deve reduzir a parcela paga em baixa e buscar melhores condições de venda.

 

A negociação é um dos principais focos, com aumento de propostas pela internet. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), por sua vez, apresentou ao Governo Federal sugestões de medidas de crédito, além de iniciar ações em conjunto com o Sebrae sobre seguro desemprego e contratação de especialistas. Estamos em um momento de desafios, mas é possível enfrentar essa crise.